segunda-feira, 2 de abril de 2012

Vaga vita!

.. demorou, mas cá estou de novo a escrever .. não quero escrever por obrigatoriedade. Escrevendo vou me despindo .. me revelando .. mostrando partes intimas minha.
Escrever tem sido um ótimo exercício. Tenho aprendido a descarregar o que não é necessário. Descoberto que existe uma enorme distancia entre o necessário e o que se deseja.

Peregrinos! Estes sim são grandes mestres na sabedoria do viver. Levam o suficiente. Deixam o que não é necessário, eliminam o peso. Confiam no vindouro. Trilham o seu caminho. Fazem o seu caminho, caminhando.
Caminhar! Observando as minhas pernas, ao caminhar, aprendi uma grande lição. Caminhando, minhas pernas se encontravam e se separavam. Aprendi que a mesma coisa acontece em nossa vida. Estamos em movimento, encontramos pessoas, nos aproximamos ao máximo e depois nos separamos delas.
Igual as minhas pernas, paro de caminhar quando permaneço ao lado de alguém. O que é bom. Mas, assim como as pernas, tenho (irei assumir, quem se reconhecer assuma também) a necessidade de andar, ir de encontro ao desconhecido, que mesmo sem que eu saiba me é conhecido já.
Um peregrino não pode parar. Ele caminha. Seu caminho é sagrado. Caminhar é sagrado.

Falando em peregrinos me vêm a mente os turistas. É assim que muitos querem viver. Diferente do peregrino, o turista gosta de bagagem. Gosta de peso, de excedente, de fartura, de conforto .. o turista não caminha, é carregado .. o turista não faz seu caminho, ele vai por onde mandam ir. O turista só saí se tudo já estiver assegurado. Ele não se entrega ao presente, ele não vive um dia por vez. O turista programa o seu futuro, onde vai pousar, o que vai comer, onde parar, até onde ir .. o Turista não se relaciona, ele utiliza as pessoas e os lugares.

Peregrinando, me distanciando (espacialmente) dos amigos cultivados durante a sagrada caminhada, mas me alimentando de cada passo que dou .. é assim que vou seguindo, fazendo o meu caminho ..

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